quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Príncipe

Quando somos crianças lemos os contos da princesa que encontra o seu príncipe chegando glorioso e reluzente no seu cavalo branco, encantador e são felizes para sempre. Mas aí nós crescemos e, infelizmente descobrimos que não somos princesas, que o tal do príncipe encantado não é nem um pouco encantado e que ele pode chegar de carro, moto, ônibus ou a pé mesmo, mas nunca num cavalo branco. E nós descobrimos também que na maioria das vezes somos nós que o procuramos, às vezes pensamos que o encontramos mas nos enganamos e então, com o coração um pouco mais quebrado porém, mais fortes e maduras voltamos à procura. E esse é o maior problema não existe procura: simplesmente acontece.
O único problema é quando acontece com todos menos com você e, o maior problema ainda é quando se tem o príncipe na cabeça e no coração mas ele não entende que é seu príncipe. E assim mesmo que doloroso, você volta para casa querendo ser dele, e assim mesmo quando ele passa no corredor leva seu coração junto, e assim mesmo quando ele te ignora sua vontade é chorar e abraçar o porteiro do seu prédio, mesmo querendo olhar para os olhos dele e dizer o quanto ele é um otário por estar vendo você partir dessa maneira e não fazer nada, mesmo assim você continua achando que ele é seu príncipe.
E milhões e milhões de pensamentos passam pela sua cabeça, achando que o problema é com você, que não é boa o suficiente, ou porque existe outra princesa no meio, ou porque ele não te quer porque não te acha com e mínima graça. Porém essas dúvidas não te deixam enxergar além, ela prende seus pés no chão e lhe deixa ali, estagnada. Já chorei muito, já doeu muito esse coração.
Mas um dia a princesa acorda e, agora 'se' tá vendo meu coração? De pedra. A pureza da princesa era linda, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da sua alma pelo simples fato de que ela não tem mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então ela é uma ninja. Bate no peito dela, Zé? Bateu? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa! E sabe o que mais sua realeza quer? SER FELIZ!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Nada

O nosso coração é uma carga de emoções e sentimentos, que se move desde antes de nos conhecermos por gente até o nosso último suspiro. Ele sempre estará recheado dessas emoções e sentimentos pois é isso que nos move, isso é viver. Porém um alguém, ou alguma situação, ou algum problema, ou algum motivo deixa ele batendo mais rápido, mais acelerado que o normal, e eu sinto saudades da normalidade dele, da paz que vem do seu interior, saudades do nada.
De quando ele batia só por mim, quando a minha maior prioridade era eu, eu e eu. Quando meu dia não tinha espaço para pensar em mais ninguém, me lamentando por existências alheias. Onde eu tinha uma agenda exclusiva chamada EU, com o coração calmo se preocupando somente com a felicidade, estudo, ler, música, cabelo, unhas, compras, dormir, rir, filmes, amigos, família. Aquela sensação da felicidade completa do nada de coração cheio.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vazio - Parte 2

O vazio continuava a preenche-la. Mil situações, imagens e momentos passavam por sua cabeça naquele instante, enquanto deitada na cama esperava o sono chegar, mas esse insistia em vir lentamente.
Ela sempre achara que o amor não existiria em sua vida, sabia, ou melhor, ouvia dizer que o amor deixava a quem o portava tolo, cego, sem os pés no chão. Como sempre gostou do concreto, do real se acomodou mantendo sempre uma distância confortável, observando aos outros que sentiam a sensação que este sentimento provoca, e se limitava apenas a isso.
Até o conhecer. Até o momento que viu o brilho nos olhos que ofuscou todo o resto, que a fez estremecer até o último póro de seu corpo, sentiu-se dominar por uma onda de sabe-se lá o que. Era louco, sem sentido. O simples fato de estar ao lado dele a fazia se sentir tão completa como nunca antes, seu cheiro a lembrava algo bom que havia se perdido no tempo.
Então ela se entregou. Se entregou ao novo, ao desconhecido, ao que para ela até então era tolice e nunca sentiu-se tão preenchida e feliz. Seu sorriso era algo diferente, seu olhar se transformara e sua maneira de ver o mundo também mudou. O Sol era mais brilhante, o canto dos pássaros era mais bonito, a vida era boa. Estava experimentando a melhor sensação que ela nunca pensou que experimentaria: Ser amada!
Continua...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Você

Como algumas pessoas sabem, eu adoro escrever. Mas nunca antes havia escrito sobre você. Talvez porque nem eu mesma soubesse o quanto significa apenas a tua presença para mim, por mais que, o que eu queira desta seja que não signifique NADA. Mas é impossível que NADA faça meu coração bater tão forte, minhas mãos suarem, eu tentar te ignorar, já que quase sempre é em vão, chorar, fazer meu corpo ficar desmilinguido só de passar ao seu lado.
Eu gostaria, sinceramente de não sentir nada disso, porque meu medo de arriscar é maior do que mim mesma. Meu medo de ouvir um não, um eu te acho muito feia e pouco para mim, um não te quero na lata. Dói, dói mais que a incerteza, porque no meu mundo é tudo tão bonito, tão perfeito, juntos, unidos. E mesmo quando eu fico pensando horas "com que roupa eu vou?", "será que essa maquiagem está bonita?" "estou cheirosa?" uma série de ?????, por mais que eu pense e faça tudo isso e você nem note eu continuo te querendo, às vezes até mais que a mim. E eu iludida pensando que isso tinha passado...
Neste momento o que eu mais quero é você, neste momento meu maior medo é você, neste momento o meu melhor momento é quando estamos juntos. Mesmo que só no pensamento.

sábado, 31 de julho de 2010

É assim.

"Chamar alguém de feio não te deixa mais bonito;
ficar sem comer não te deixa um palito;
excluir uma pessoa não te torna mais popular;
não são as marcas que vão te rotular;
xingar alguém de gordo não te emagrece;
dizer que uma pessoa é triste não traz felicidade;
falar que alguém é fraco não te fortalece;
dizer que uma pessoa é metida não te traz a humildade;
falar que alguém é insignificante não te engrandece;
dizer que uma pessoa é falsa não te leva à verdade;
dinheiro não compra felicidade;
conhecer muita gente não é o mesmo que ter amigos;
ser famoso é diferente de ser querido;
sexy não é o mesmo que vulgar;
atração é diferente de amar."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vazio

Acordou e como todos os dias foi logo a varanda para checar o tempo. Viu que estava mais frio que normalmente, o que era meio incomum para sua cidade. Foi para cozinha e enquanto preparava o café analisava o apartamento organizado e limpo, assim como sua vida que a alguns meses se tornara tão metódica. Não havia mais as roupas dele jogadas no chão, a reclamação matinal diária do: "Que saco, essa toalha molhada em cima da cama!", o beijo de bom dia e seu sorriso que preenchia o ambiente e deixava a vida mais fácil.
Com o bule na mão pensou o quanto tudo havia mudado. Ela que sempre fora uma pessoa realista e sensata depois que o conhecera se tornara mais despreocupada, mais leve, mais relaxada. E olhando em volta viu que sua antiga situação e estilo de vida se repetia novamente, e isso fez seu peito sangrar pois não queria aquele vazio de volta, não queria o controle remoto como seu melhor companheiro.
Trabalha como contadora num escritório no centro da cidade, e isso revela novamente sua personalidade, já que nos números tudo é exato, não sobram fios fora do lugar, é ou não é. Não tinha muitos amigos no trabalho, e mantinha sempre o sorriso amarelo em todas as situações da tentativa de proximação dos companheiros.
Na volta para casa entrou novamente em seu carro para retomar a sua vida vazia. Passou no supermercado para comprar seu jantar, e quando caminhava vagarosamente fingindo escolher algum produto mas parou mesmo para tentar descobrir a música que tocava, viu uma mulher, provavelmente uma dona de casa, empurrando um carrinho cheio de compras, empurrados pelas mão raladas de quem cozinha para um batalhão. Isso a fez sentir ainda mais vazia, então foi ao setor de hortifruti e comprou vários kilos de batatas. Na fila do caixa olhava para o menino que empacotava suas compras com um sorriso do tipo: "Veja como não sou sozinha", mas observou que ele nem sequer tinha prestado atenção e parecia contar as horas para sair daquele ambiente para descansar. Depois do pequeno momento de insanidade, chegando no apartamento que não tinha um grão sequer de pó repousado em um móvel pensou o que faria com tudo aquilo...
A noite era sua pior inimiga. Não tinha mais um motivo para voltar, nem para QUEM voltar, ouvir reclamações do trabalho, a briga pela TV, as conversas e o sorriso que parecia várias bandeiras brancas pregadas lado a lado de maneira perfeita. Na madrugada fria não tinha mais quem a aquecesse e nem a quem aquecer, dar o "boa noite", quem beijar, sentir o calor da pele dele sobre a sua, e beija-lo estudando a geografia do seu corpo.
Continua...

sábado, 17 de julho de 2010

Lily Braun

Fomos recém-apresentadas e já me identifiquei de cara. Talvez ambas leiam romances demais, e esperam o homem dos sonhos que chegue em um cavalo branco, e nos trate como prioridade de sua vida. Talvez para ela tenha sido mais fácil a espera no Dancing do que para mim, seja pelo comportamento deles ontem e hoje, que mudou de uma maneira desabrida. Talvez em sua espera ela também almeja os olhos de quem comia fotografia, penetrante, arrebatador, que leve a uma viagem sem fim. Será que pra ela o sorriso é tão difícil quanto para mim? Será que ela sabia que ele voltaria e com convicção ansiou tanto que seus olhos não queriam perder nenhum milésimo de segundo para ficarem aficcionados na entrada? Porém ele veio. E começou claro, com o típico: "Posso te pagar uma bebida?" e mais ousada que eu, ela aceitou. E tudo foi se tornando tão bom, tão sutil e envolvente, tão fácil, que quando menos esperava ouviu as palavras que soaram como música para seus ouvidos: ANJO AZUL. Enfim alguém que realmente valeu a paciente e difícil espera e soube dizer o que ela realmente queria. E foi nesse instante que ela como anjo conseguiu alcançar o céu em sua imaginação. Porém fisicamente ela estava no mesmo estado que estivera antes da declaração, pois enfim queria saber se ele realmente valia o risco.
Convite lançado: cinema. E foram. Tudo foi perfeito. Rosa na mão, era como se o programa tivesse sido como ela sempre imaginou assistindo aos seus filmes no cinema ou como nos seus livros de romance e feito uma gema se desmilinguia toda.
De volta ao Dancing onde tudo começou abusando do Scotch a proposta: Seu corpo só dele naquela noite. Como usou um pedido desses? Com o xale no decote se foi decepcionada e esperou que viesse atrás dela pedindo perdões e perdões, com dez poemas e um buquê.
Enganou-se quem pensou mal das intenções dele: Queria ama-la como esposa, só como esposa. Lhe amassou as rosas, lhe queimou as fotos a beijou no altar. E como num sonho sua história foi contada cantada pelos maiores de sua música.